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Imagine um cenário em que homens e mulheres recebem salários iguais por desempenharem as mesmas funções. Em 3 de julho deste ano, a Lei 14.611 sobre Igualdade Salarial foi promulgada para tornar essa igualdade uma realidade. Ela trouxe mudanças importantes na forma como as empresas devem lidar com a questão salarial, e neste artigo, vamos descomplicar essas mudanças, entender o que a lei muda na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), quais ações práticas as empresas precisam tomar para garantir salários justos, quais as penalidades para quem não seguir as regras, e como o Ministério do Trabalho entra em cena para fiscalizar.

Vamos explorar por que a Lei 14.611/23 é tão importante para construir ambientes de trabalho mais justos e inclusivos. Vamos lá!

Transformações Cruciais na CLT para a Igualdade Salarial entre Gêneros

A Lei Nº 14.611 DE 3 DE JULHO DE 2023 tem como objetivo fundamental promover a igualdade salarial e critérios remuneratórios entre homens e mulheres, especialmente quando desempenham trabalho equivalente ou ocupam a mesma função. Ao modificar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a legislação busca eliminar disparidades salariais de gênero, reforçando o compromisso com a equidade.

A promulgação da Lei 14.611 em 3 de julho de 2023 complementa essa abordagem, introduzindo alterações substanciais na CLT. Essas mudanças têm como foco explícito assegurar a igualdade salarial entre os gêneros. A seguir, detalharemos as transformações introduzidas por essa legislação, destacando seu papel crucial na promoção de um ambiente de trabalho mais justo e igualitário.

Direito à Ação Indenizatória e Diferença Salarial:

  • Antes: Se alguém recebesse menos por discriminação salarial, só podia pedir a diferença salarial.
  • Hoje: Com a Lei 14.611, é possível a receber a diferença e também entrar com um processo para receber indenização por danos morais, dependendo da situação. Isso é uma proteção extra para quem sofre discriminação salarial.

Multa Mais Pesada para o Empregador:

  • O que mudou: A legislação atual estipula que, caso um empregador viole essas normas, poderá ser sujeito a pagar uma multa de até 10 vezes o novo salário. Em casos de reincidência, a multa será dobrada. Essa medida visa garantir que as empresas observem com seriedade as regras relacionadas ao salário justo.

Mecanismos de Transparência e Fiscalização:

  • O que a lei quer: A legislação estipula que as empresas devem detalhar de maneira transparente a forma como definem os salários, especificando quem recebe qual quantia. Adicionalmente, a fiscalização foi intensificada para garantir que todos os funcionários recebam tratamento justo. Essa necessidade de transparência e supervisão mais rigorosa se deve ao fato de as empresas serem obrigadas a divulgar de maneira explícita os salários de seus colaboradores.

Canal de Denúncias e Programas de Diversidade:

  • O que a lei incentiva: Agora, as empresas precisam ter um lugar seguro para as pessoas denunciarem se acharem que estão sendo tratadas injustamente. A lei também quer que as empresas promovam a diversidade e a inclusão, treinando os chefes e funcionários para garantir que todos tenham as mesmas oportunidades no trabalho. Isso é uma forma de criar ambientes de trabalho mais justos e igualitários.

As mudanças têm o propósito de corrigir disparidades salariais, promovendo um ambiente profissional mais justo e igualitário para homens e mulheres, assegurando equidade de oportunidades e transparência na distribuição salarial.

Medidas Práticas para Garantir a Igualdade Salarial

No ano de 2019, as mulheres experimentaram uma discrepância salarial significativa, recebendo apenas 77,7% do salário auferido pelos homens. Essa diferença foi particularmente evidente em cargos de maior remuneração, como diretores e gerentes, destacando a desigualdade existente no ambiente profissional. Nestes cargos, o rendimento das mulheres representou somente 61,9% do que foi auferido pelos homens. Esses números derivam de uma pesquisa do IBGE publicada em março de 2021. Diante desse cenário, é imperativo agir de maneira concreta para reduzir a desigualdade salarial e de gênero. Nosso objetivo consiste em garantir oportunidades equitativas e, com isso, uma remuneração justa para homens e mulheres.

A legislação sugere a adoção de medidas específicas pelos empregadores para garantir conformidade com a lei:

Canal de Denúncias:

  • O que fazer: Implemente um canal de denúncias.
  • Por quê: Isso permite que os funcionários relatem casos de discriminação salarial de forma segura e anônima, garantindo transparência e abertura.

Treinamentos de programas de diversidade e inclusão:

  • O que fazer: Implemente treinamentos regulares.
  • Por quê: Esses treinamentos capacitam a equipe a compreender e valorizar a diversidade, promovendo um ambiente inclusivo e igualitário.

Relatórios de transparência salarial:

  • O que fazer: Elabore relatórios de transparência salarial a cada seis meses (para empresas com mais de 100 colaboradores).
  • Por quê: Esses relatórios oferecem uma visão clara sobre a distribuição salarial na empresa, identificando possíveis disparidades e promovendo a prestação de contas.

Definição clara de critérios de remuneração:

  • O que fazer: Estabeleça critérios claros, como tempo de serviço e produtividade.
  • Por quê: Isso evita ambiguidades e garante que as decisões salariais se baseiam em critérios objetivos, promovendo a equidade.

Responsabilidade da liderança:

  • O que fazer: Exija que a liderança justifique aumentos salariais com base em critérios objetivos.
  • Por quê: Isso assegura que as decisões de remuneração sejam transparentes, impedindo disparidades injustificadas e promovendo a igualdade salarial.

Diante desse cenário, a implementação de medidas específicas sugeridas pela legislação são voltadas para garantir a conformidade com a Lei 14.611. A lei também representa um passo crucial na promoção de ambientes de trabalho mais justos, inclusivos e equitativos para todos.

Penalidades e Fiscalização

A Lei 14.611 impõe sanções mais severas aos empregadores que descumprem suas disposições. Em caso de violação, a multa pode alcançar até 10 vezes o valor do novo salário a ser pago ao colaborador. Ainda, a legislação prevê uma multa administrativa de 3% da folha de salários do empregador. Essa multa é limitada a 100 salários mínimos para as empresas que deixarem de publicar os Relatórios de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios. A fiscalização e o cumprimento da Lei ficam a cargo do Ministério do Trabalho, que realizará auditorias e verificará denúncias para assegurar a conformidade das empresas, podendo haver penalidades severas se houver descumprimento da lei.

Conclusão

A Lei 14.611, promulgada em julho de 2023, representa um marco importante na busca pela igualdade salarial entre homens e mulheres. Ao expandir os direitos das vítimas de discriminação salarial, introduzindo a possibilidade de ação indenizatória por danos morais, a legislação fortalece a proteção dos trabalhadores contra práticas injustas. As multas mais severas impostas aos empregadores que violam as disposições da lei servem como um claro alerta para a importância do cumprimento dessas normas. A introdução de um Canal de Denúncias reforça a importância de oferecer um meio seguro para relatar possíveis discriminações. A promoção de programas de diversidade e inclusão destaca o compromisso com a construção de espaços de trabalho mais representativos e acolhedores para todos.

Paloma Ramos

Sou uma publicitária apaixonada por inovação e tecnologia, com experiência enriquecedora em Startups. Recentemente, decidi mergulhar no universo do compliance, onde utilizo minha habilidade de comunicação para auxiliar empresas a navegar por esse campo vital. Estou sempre em busca de maneiras de contribuir e agregar valor aos projetos que me envolvo, e estou ansiosa para explorar novas oportunidades no futuro. Linkedin